29 setembro 2007

isto vai mudar

Tenho este blog, onde me auto-propus escrever de acordo com o mote que enuncio em nota de topo de página. Tenho este blog, onde tenho escrito algumas coisas, poucas boas, a maioria sem valor, confusas e indecifráveis para a maioria dos que lêem.
Tenho este blog, onde tenho falhado em cumprir o mote acima enunciado.
Porque o medo de ser verdadeiramente eu, o cuidado de ser "socialmente correcto", usando linguagem adequada a alguns leitores que sei que me lêem (como os meus pais e os meus filhos, por exemplo), a preocupação em não ferir susceptibilidades ou em não chocar quem lê, porque tenho amiúde usado este espaço como modo de enviar mensagens a algumas pessoas que me são queridas me tem inibido de escrever o que me vai verdadeiramente na alma.
Não tenho realmente escrito sobre o que me irrita, não tenho sido explícito sobre o que me dá prazer, não tem sido verdadeiramente de mim, porque não tenho sido inteiramente eu; sim, tem sido para todos, gregos e troianos: mas nunca tem sido mesmo para mim, como deveria ser, como eu quis que fosse.
Isto tem que mudar.
E não, não é promessa: é mesmo uma ameaça.




Obrigado a todos os bloggers que hoje li e que me serviram exemplo para esta minha necessidade.

ok...


... you can be my boss.

27 setembro 2007

briefing

Há que tempos que não escrevo nada de jeito aqui - ou em qualquer outro lugar. Nem algo que possa ser entendido.
É normal: há que tempos que não faço nada de jeito.
Quando não se faz nada decente - ou nada, em absoluto - o cérebro, já de si o elemento menos exercitado da minha pouco apresentável anatomia, torna-se lento. As férias prolongadas são, sem dúvida, a razão principal por detrás desta dormência intelectual: as outras questões estão seguramente relacionadas com a apatia também do lado emocional, onde quase não se detectam acontecimentos dignos de registo - são esses que, tantas vezes, servem de mote para uma escrita mais sentida.
Quase, certo. Porque ainda se encontram motivos para sorrir (mais que o habitual, até), embora esses motivos sejam remotos. Geográfica e estatisticamente falando. Seja em que língua for.

...

just around the corner


i knew it

Niet geschoten is altijd mis.

new investment




I'm gonna have to buy shares.

espreitar ao contrário

Já não é a primeira vez que acontece, mas nem sempre publicito o que semeio em seara comum. Só que desta vez passei-me de vez e não consegui deixar de compartilhar.
Nem de rir.
O enigma é todo vosso.

26 setembro 2007

presumo

A caravana passa e o peixe morde o anzol.

i (still) ain't heavy

Mesmo quando a melhor resposta que têm para nos dar é a pior resposta que podemos ouvir.

in one word

I won't go mieren neuken, best to go met de deur in huis vallen:


YES !





(and i knew already the "e" from the "o"...)

read my lips

You told me your name, I said mine was Charles: you smiled.
Then you showed me the finger, said you didn't like it: I smiled... 'cause it didn't matter.
My name isn't Charles, doesn't even sound close to it.
But yes, this is me.

25 setembro 2007

i still ain't heavy

Hoje, deveria estar de unhas nos dentes, a aguardar ansiosamente o veredicto. Mas não estou.
Aguardo impávido que o telefone toque e que alguém me dê a boa ou a má nova. E não merece a pena uma atitude diferente, porque independentemente do anúncio feito do outro lado, a medida a tomar será sempre a mesma e vem no estado líquido.
Se a nova for má, esqueçamos, se boa, comemoremos.

tradition?


Lezen is zilver, schrijven is goud




Ik zie je...

lexicon 5

presunção

do Lat. praesumptione

s. f.,
acto ou efeito de presumir;
conjectura;
suspeita;
suposição;
vaidade;
afectação;

Jur.,
consequência que a lei deduz de determinados actos ou factos conhecidos para estabelecer como verdadeiros factos desconhecidos.

24 setembro 2007

sons



tradition?

Beter een verre vriend dan een goede buur.

20 setembro 2007

sozinho em casa

I'm beginning to think it's not just how much you love someone.
Maybe what matters is...
...who you are when you're with them.



The Accidental Tourist (film)
1988

19 setembro 2007

there's blood in the water

Upon these poor souls,
I'll build heaven and call it home.
Cause you're all dead now.
I live with my justice
And I live with my greed in me
I live with no mercy
And I live with my frenzy feet
I live with my hatred
And I live with my jealousy
I live with the notion I don't need anyone but me
...

web surfers

Nada como tomar contacto com a realidade para nos apercebermos da dita.
Aquela coisa ali ao canto, que mede visitas, tem, como sabem, a capacidade para fornecer alguns indicadores adicionais, tais como de onde é originário o visitante, qual o motor de busca utilizado para o efeito - e até a definição de ecrã que usam. Enfim, dados interessantes para quem não tem vida e perde tempo a tentar fazer estatísticas mentais.
Um dos dados que aquela coisa também proporciona é qual foi a palavra chave pesquisada pelo cibernauta para chegar até nós - até mim, no caso dos infelizes.
Calma, hei-de chegar ao tema... ainda esta semana, prometo.
Reparei hoje, durante um daqueles meus instantes de ausência de vida, que uma parte importante de quem até mim chegou pretendia encontrar "gajas" - até da Suécia procuram "gajas". Em Português.
Gajas? Aqui?
De facto, até encontraram. Certamente não as que esperavam, mas antes uma queixa que formalizei em Julho.
Por esta via, pude confirmar na primeira pessoa a informação mais amplamente divulgada de que existe uma utilização intensiva da web para procurar "gajas" (e "gajos", provavelmente). Confirmo também que existem palavras chave, como "gaja" e "gajas", que podem tornar qualquer espaço mais frequentemente visitado.
Não que isso me interesse, claro... a quantidade de vezes que repito a expressão "gajas" é meramente fortuita...

18 setembro 2007

frases feitas

Não há mulheres feias, há homens que bebem pouco.
Desconheço a autoria, mas é frase que oiço com frequência. E com a qual estou em desacordo, pois existem mulheres que, mesmo depois da ingestão de quantidades consideráveis de álcool, continuam feias. Ou... talvez eu nunca tenha bebido tanto quanto isso...

No entanto, a intenção inicial era outra, a de afirmar que esta expressão pode ser aplicada tanto a mulheres como a homens.
Eu que o diga.

17 setembro 2007

kijk

Gedeelde smart is halve smart.


Mevrouw D, waarom heb ik geen mail gehad?

16 setembro 2007

sane?

The statistics on sanity are that one out of every four Americans is suffering from some form of mental illness. Think of your three best friends. If they're okay, then it's you.

Rita Mae Brown
Novelist, 1944 - ...

I guess statistics will apply no matter where one comes from; and I see my friends as sound and healthy people.
More to come on sanity - or its absence.

15 setembro 2007

lexicon 4

knife
Function: noun
1 : a cutting instrument consisting of a sharp blade fastened to a handle; a weapon resembling a knife;
2 : a sharp cutting blade or tool in a machine

razor
Function: noun
a keen-edged cutting instrument for shaving or cutting hair


Thanks

14 setembro 2007

para que serve um blog

Não sei se existe uma definição universal: no meu caso, tenho uma, afixada no local que me parece o mais apropriado para o efeito. Na realidade, explícito ou não, cada um terá um objectivo específico para o seu, cada qual lhe dará o uso que entender.
Entender o nexo de determinadas publicações alheias não está, no entanto, ao alcance dos outros - ao meu, no caso -, faria mais sentido a transmissão daquelas ideias de modo directo, existem (e são conhecidos) canais de comunicação bem mais adequados ao envio de mensagens quando se trata de meras bocas foleiras, provocativas e - para mim, no caso - que roçam o ofensivo. Por injustas e imerecidas.
Tais textos, por melhor escritos, imaginados e caligrafados que se encontrem (nem é o caso, aqueles dedos têm capacidade para bem melhor, eu sei que já vi), constituem um verdadeiro desperdício de energia: principalmente nos momentos em que as questões por resolver são aos milhares.

Embora não registada, I aim to please é frase minha, uma afirmação peculiar de egoísmo, para o qual não terei certamente dificuldade, caso necessário, em encontrar testemunhos.
E ai de quem duvide!

12 setembro 2007

lexicon 3

Nouken
I like this word... and now it's got a whole new meaning.

metadonas 2

Uma dose sempre é melhor que nenhuma.
E deixa o prescritor mais satisfeito.
E a mim.

strangers in the night

Some people play a role in your life.
You don't choose them, I guess they don't choose you either, it just happens, by accident, faith or some other unknown reason that remains unexplained: however, your life seems to take a different direction (even if slightly different) as soon as you meet them - or rather, as soon as they leave.
Recently, I seem to have been the voluntary "victim" of such experience, where the fact of meeting someone new coming from a distant place(*) had a strong impact in my perception of life. If the mentioned impact occured because of their origins and the way they lead their lives, or if it occured as a consequence of their departure is something i have yet to figure out: the fact it something has changed - for the better, I must admit.

I am a much happier and wiser man now.
Would I be even happier should I have the opportunity to carry on seeing them?
Fuck knows. Or not.


(*) "distant" is not measured in miles or kilometers, rather in opportunity.

10 setembro 2007

lexicon 2

Dehydrate
Function: verb
transitive verb
1 a : to remove bound water from a chemical compound
b : to remove water from (as foods)
2 : to deprive of vitality or savor
intransitive verb : to lose water or body fluids

lexicon

Indian Summer
Function: noun
1 : a period of warm or mild weather in late autumn or early winter
2 : a happy or flourishing period occurring toward the end of something

07 setembro 2007

metadonas

Eu bem que tento medicar-me...

06 setembro 2007

virtual

Ontem quis ver-te.

Sabia que não iria ser fácil, raramente consigo ver-te, raramente queres ver-me, "sou assim", dizes tu.
Mas tentei. Passavam poucos minutos das 6, tinhas terminado o trabalho, talvez assim, de surpresa, não conseguisses recusar tomar um refresco comigo no fim de uma tarde particularmente quente. Não atendeste, mas eu não desisti, insisti com um SMS, era urgente ver-te, como percebeste pelo meu AGORA
(as coisas urgentes nunca são importantes, são só isso mesmo, urgentes, tinha que ser naquele momento, mais tarde não seria igual, talvez nem valesse a pena por perder o efeito que eu queria),
mas o sinal de nova mensagem recebida não trazia notícia boa, "agora não dá"...
Sorri, que mais poderia eu fazer, "vemo-nos depois, se não dá é porque não dá", fui para casa sem dar demasiada importância ao "não", porque eu já sei que és "assim", mesmo sem que nunca me tenhas explicado o que é isso de ser "assim".

Deitei-me cedo, ainda não assimilei novamente os horários laborais depois de umas longas férias inesperadas. Não consegui adormecer, imensas coisas na cabeça e a casa, tão bem preparada para o frio invernal, acumulou demasiado calor, nada melhor que um zapping pelos canais para arrefecer as ideias e acalmar a temperatura...
Eras tu: apanhei-te num dos canais, sim, eras tu.
A tua voz, a tua cara em tamanho gigante, bonita como a conheço - não tão bonita como fora do ecran; as tuas mãos, que tocavam no corpo de um homem, o teu sorriso e o teu riso, que eram para ele. Senti ciúme - eu sei, é a tua profissão e ciúme é sentimento estúpido, mas que queres que te diga, foi o que senti...

Ontem vi-te.

05 setembro 2007

small talk

- Continuo sem perceber por que é que isto me aconteceu, é inacreditável, e assim de repente, tenho medo.
- Claro que tens medo, é natural: viver é perigoso. Tão perigoso que resulta invariavelmente na morte.

leve?

Quem me dera conseguir.
Eu bem que tento e tu bem que me podias ajudar - ou não?

04 setembro 2007

sozinho em casa

... e, agora, com net em casa, com tempo de sobra, seria de esperar uma hipertrofia da área creativa do cérebro, com as devidas consequências em produção de texto.
Então por que raio...

03 setembro 2007

território repetido

- Voltei.
- Não voltaste nada.
- Como não? Se te estou a dizer...
- Está bem, voltaste: mas não para aqui, voltaste para de onde nunca saíste.
- ... não estou a entender nada...
- Lembras-te do dia em que te despediste?
- Sim, claro.
- Nesse dia, não foste embora; nesse dia, tiveste a ilusão de ir - ou antes, quiseste ir, pensaste que era o caminho certo; pensaste que foste e eu ajudei a que acreditasses nessa partida. Mas, na realidade, nunca saíste desse local, ficaste sempre aí, a meio de lado nenhum: porque é aí que escolhes estar.
...
- Não me parece que tenhas razão. Eu fui, mesmo: MESMO.
- Foste: cumprir o teu dever. Mas não chegaste a ir.
...
- Não consigo ver as coisas assim... Parece-me que estás a tirar conclusões abusivas e excessivas de uma realidade que já não conheces tão bem como um dia conheceste - como conhecias, antes da minha partida.
- Talvez não conheça, talvez tenhas razão. Certamente que perdi muitos fios a essa meada, a esse rolo emaranhado que és, mas penso nunca ter deixado de conhecer e entender o que está no teu núcleo.
...
- Pensa nisto.
- Está bem, vou pensar.
...
- É verdade, há mais uma coisa que também deves ter em atenção: também perdeste alguns fios a este novelo deste lado.
- Está bem.

half a world

I surely ain't big, I ain't your brother, but I'll be watching you.