30 outubro 2007

lugares

Tantas vezes o elogio a lugares distantes deixa no esquecimento outros, bem mais perto e permanentemente à vista (à minha, pelo menos).
Esta terra, fria e húmida, à sombra do monte a que também chamam da Lua, terra de encantos, muitos recantos, caminhos escondidos, de ar secreto, ainda consegue fazer-me admirá-la em dias como hoje, em que a percorri a pé, recordando locais inalterados pelo tempo.
A minha terra.

anonimato

Quem precisa de se esconder por detrás dessa capa?
Se ao menos tivesse algo com que se envergonhar, se ao menos tivesse algo merecedor de ser escondido: mas quem tem coisas belas para compartilhar, não entendo a necessidade do esconder, do dissimular da identidade.
Eu gostei do comentário - mesmo sem ter entendido a ligação ao texto estranho e aparentemente sem nexo que constituiu o post anterior.

25 outubro 2007

sankta gralo

La sankta gralo estas fama vazo el la legendo de la reĝo Arturo. Unua mencio troveblis fine de la 12-a jarcento en la mezepoka literaturo. Laŭ la legendo, gralo gardis la sangon de Jesuo prenita apud la Kruco.
La deveno de la vorto gralo ne estas tute klara: plejverŝajne ĝi devenas de la okcitana vorto grazal, malnovfrance graal 'ujo, vazo', kiu verŝajne etimologie devenas de la greka kratér (miksujo) tra la latina cratalis/gradalis. La malnovhispana vorto grial kaj la malnovportugala gral estis kutimaj nomoj por pistujo aŭ pistujforma trinkujo.



retirado de Vikipedio

espreitar?

Eu sei, isto parece batota - e talvez até seja.
Eu confesso que sou um mandrião, pronto.

23 outubro 2007

lucky 22

O fumo não era branco, começaram por me dizer, "não é oportuno, é demasiado investimento para esta fase e temos que manter o enfoque na área de negócio em que estamos neste momento a trabalhar".
O calendário indicava 22 na data, nada que eu estranhasse, nada que eu não esperasse.
Aliás, o dia tinha já começado por começar mal: não por que o anterior nunca tinha acabado e porque a ausência de sono constitui sempre razão de incómodo, mas antes porque um telefonema madrugador tinha servido para receber uma notícia desagradável.
Mas sim, era 22, e como a tradição ainda é quase sempre aquilo que era, encarei o interlocutor e encaixei as palavras dele com a naturalidade habitual.
Mas ele não se calava.
- No entanto...
(e eu, que até gosto de frases começadas por "no entanto", apurei a minha atenção)
... porque já te conhecíamos e tivemos oportunidade de perceber melhor as tuas capacidades durante estes dias que passaste connosco...
(isto era um exagero e começava agora a soar a palmadinha nas costas...)
... não queremos perder esta ocasião para te termos na nossa equipa.
(como?)
Claro, não temos capacidade para te oferecer para já uma posição semelhante àquela a que estás habituado...
- A posição a que eu estou neste momento habituado é a de desempregado, não me parece que eu possa ser esquisito.
- Sim, está bem, mas o que eu queria dizer-te é que a proposta que temos fica abaixo daquilo que será o teu nível habitual de remuneração futuro, mesmo aqui connosco, e que logo que exista essa possibilidade, essa questão será revista.
- Começo quando?


É verdade: o telefonema madrugador acabou por se revelar um equívoco, posteriormente esclarecido.
Afinal, este 22 rompeu com a tradição e não houve nenhuma ocorrência que o tivesse prejudicado. Nem mesmo estando acordado durante todas as vinte e quatro horas desse dia.

22 outubro 2007

hold you in



And I wonder when I sing along with you
If everything could ever feel this real forever
If anything could ever be this good again

The only thing I'll ever ask of you
You've got to promise not to stop when I say when

e agora...

... como já não dá tempo para ir dormir, barba, duche e vou trabalhar.

Espera: eu não tenho trabalho...
:-)

sozinho em casa

Sem razão aparente, estou acordado ainda a esta hora (cinco e 50 e tal da manhã, GMT, para quem está desorientado). A única razão para tal é a data que vigora desde a meia noite - ok, eu nem sou supersticioso, mas caramba, começam a ser demasiadas ocorrências numa mesma data. Histórias sem interesse postas de parte, terminadas tanto a paciência para a leitura como as opções televisivas decentes, eis que me entreguei a exercícios de memória, daqueles em que deixamos a mente vaguear livremente pelo arquivo.
Uma frase veio à cabeça: "Não te permites ser feliz". Bem, agora que a escrevo acho que a frase, que ouvi de mais do que uma boca, não era exactamente esta... e numa das ocasiões nem era dita neste tempo verbal... mas seria este o sentido dela.
As maiorias não me convencem enquanto detentoras de razão - este meu argumento é amplamente sustentado por todo um conjunto de actos eleitorais passados. No entanto, a recorrência da afirmação faz pensar no assunto: não me permito ser feliz? Será?
Tenho que admitir aqui um "talvez": um talvez que significa que sempre que estou à beira de obter qualquer coisa que me permite aumentar a possibilidade de atingir esse estado que todos (julgo) pretendemos alcançar, vacilo, hesito e... por vezes recuo.
Medo da desilusão? Da incapacidade? A velha teoria do "quase" vem neste momento à memória: e essa não pode vingar. Essa não vai vingar.
Isto vai mudar. Nem que todos os dias sejam 22.




18 outubro 2007

fumo branco

Telefonaram-me.
Finalmente, andava há semanas à espera deste contacto.
Convidaram-me para uma reunião. Para a próxima segunda-feira, "ao fim da manhã, depois almoçamos"...
Segunda-feira?
Merda, segunda-feira é dia 22...

ou
fumo negro?

body art

17 outubro 2007

abaixo do nível do mar - epílogo


Mesmo que guardem o dinheiro num local estranho, devo confessar que é um país bem agradável: pela paisagem, pela tranquilidade (sim, eu sou do Sporting, gosto de locais verdes), por todo um conjunto de coisas que por aqui dificilmente se encontram.
(eu, que sou um inculto e nunca leio,
até consegui estar umas duas horas agarrado a um livro
exactamente aqui junto a este lago)

Sim, e pelas pessoas (obviamente não retratadas nestas imagens, ali do lado esquerdo é apenas queijo potencial), que falam inglês com uma facilidade desconcertante e parecem viver felizes - nada daquele ar zangado que vemos em Lisboa.
Contagia, até.
De tal modo, que vou aproveitar a sugestão e o apoio de quem sabe da matéria e pensar seriamente em publicar estas coisas a partir de um servidor sedeado em .nl.

Já agora: há vacas holandesas mais engraçadas que esta. Garanto.


rabo? bank?

This one goes out to all Dutch people: the word "rabo", where I come from, means either "ass", or "tail".
Now... I know a lot of you guys put your money there.


Would you feel safe making your deposits... here?


Rather you than me.

traços VI









Hemel
Gouda, 1972

depois da depressão

Acontece-me invariavelmente esbarrar com algum amigo nas minhas incursões europeias. Desta vez, encontrei o 383 em Schipol, que se dirigia a Lisboa no mesmo KL que eu.
Já não conversávamos há anos, foi uma boa surpresa e uma oportunidade para saber dele e matar saudades dos tempos idos em que o intelecto e o tempo me permitiam a liberdade de olhar demoradamente a meias com ele para um tabuleiro com cavalos, bispos e afins. Chegámos inclusivamente a fazê-lo sem olhar...
Descobri que anda pelo Mar do Norte a brocar o fundo do oceano a tentar encontrar crude. E que tem ido à Alemanha com regularidade - ainda bem!
Para saber ainda mais, decidimos que ele haveria de ficar cá por casa, eu tinha uma boleia e uma bebida prometidas, nada como sermos três. Afinal, a boleia era num "mata-velhos"... o que obrigou a vir da Portela até à Portela no dito, regressar à aerogare no táxi preto para recolher o terceiro elemento e regressar para acabar em S. Pedro.

Estes dias fizeram-me bem, sem dúvida. E o regresso não poderia ter sido melhor.

Ah, é verdade, aquela do "mata-velhos" era a brincar, claro que estou agradecido pela boleia, aquilo só tem 2 lugares, mas até que anda umas coisas e até é preciso ter carta (dizem). Ainda que eu suspeite que aquilo está à venda no Toy'r'us...

de dikke meneer





Ben ik?

16 outubro 2007

alsjeblieft?

Ed, will you keep an eye on her for me?

a walk in the park

Dreams come true?

14 outubro 2007

abaixo do nível do mar 2

Dizem um que pássaro cagar-nos em cima é sinal de sorte?
Deve ser: nessa mesma noite, a polícia mandou-me parar e soprar num balão - tenho eu que viajar para longe e descer abaixo do zero para ter que realizar tal teste. Felizmente, já tinham passado várias horas sobre uns momentos bem simpáticos compartilhados com quem pedala por gosto, e a máquina disse "P" - ou seja, passei.
E, de qualquer modo, àquela hora a bebedeira era de outra natureza.

12 outubro 2007

abaixo do nível do mar

O tempo está agradável, as pessoas aparentam um ar saudável e pedalam que nem loucos, sem respeito a peões nem automóveis.
Também por aqui o que mais tenho feito é esperar... que tenham tempo para me ouvir, neste caso. Mas como quem espera sempre atinge (*) e como quem espera desespera, estou por aqui, a meio entre o contágio da saúde e felicidade alheia e a ansiedade da espera que parece cada vez mais interminável.

E vão ser assim os próximos dias. Sempre a sorrir...
E com inveja destes gajos a quem nem o facto de terem de depositar o dinheiro deles num banco que se chama rabo parece afectá-los.


(*) eu sei que o verbo devia ser outro, mas este teclado não joga com todas as teclas.

09 outubro 2007

a verdade?

Discussão antiga, por estas bandas.
Esta nunca existiu. Nunca foi mais que o resultado de uma imaginação mais fértil (mais receosa?), na sequência de uma animada conversa em que se criavam cenários. Mas a verdade é que esta falsa verdade foi assumida como verdadeira por quantos a leram. Foi discutida na forma escrita e verbal, com comentários chocados, enojados e, principalmente, divertidos.
Serviu como divertimento - meu, claro - e ainda para reforçar uma afirmação que foi aqui publicada e que gerou acalorada discussão.

Porque a verdade não existe.
Ou existe: e é a que nós quisermos.

05 outubro 2007

espreitar 6

ou
Links


Ao contrário do que aqui acontece, a vasta maioria dos blogs que visito apresentam longas listas de links.
Os que eu designo como merecedores de uma visita são aqueles que eu leio com regularidade, uma regularidade quase diária. O facto de não existirem mais menções não significa que eu não passe por outros "locais" e perca algum tempo a ler conteúdos de outros autores.
Por que não os refiro?
A referência extensiva torna banal a menção, retira-lhe significado, prefiro não recomendar de modo gratuito.

E os antigos, são eternos?
Sim, para já.
É um facto que um par dos mencionados eram lidos, inicialmente, com maior entusiasmo do que actualmente. A evolução no modo como os leio, as alterações no interesse com que reabro cada uma das páginas, estão relacionadas tanto com a forma como progride a escrita do autor quanto com o modo como a minha percepção e sensibilidade se vão alterando.

Hoje, acrescento duas referências novas.
Da primeira conheço os dotes há anos, desde que me iniciei na leitura de blogs. Perdi-lhe o rasto durante algum tempo, reconheci-lhe agora os gestos - se bem que os reencontro mais refinados e mais tranquilos que há um par de anos. Certamente do melhor que se pode ler aqui no éter e certamente o "meu" estilo de escrita - daqueles que invejo.
A segunda é um "conhecimento" mais recente. Gosto do modo como olha e aborda os assuntos e a forma bem humorada como os descreve. Tem alguns gostos discutíveis, mas pronto, sabemos todos que ninguém é perfeito.

04 outubro 2007

02 outubro 2007

espreitar

Este tipo tem mesmo graça.

01 outubro 2007

waiting

just around my corner


weirdos

Acho que faço demasiados filmes. Sempre achei.
Que imagino situações impensáveis, que me passam coisas impossíveis pela cabeça.
Hoje, entrava num filme em que o personagem principal não era eu. O guião era-me totalmente alheio, tal como a realização.
"Imagino-te a passear no parque com uma miúda loira de dois anos pela mão", disseram-me.
Saltei para dentro desse filme com rapidez, imaginar o parque e os cabelos loiros da criança foi quase natural. Natural porque, de facto, eu nunca tinha imaginado essa cena, mas ela fazia parte do meu filme.
Será que sou mesmo eu quem realiza os meus filmes?



I guess I imagine "movies" to often. I always have.
I imagine unthinkable situations, impossible scenarios cross my mind.
Today, I was casted for a movie where I didn't play the main role. The script wasn't mine, neither was its direction.
"I picture you walking down the park holding hands with a blond two year old girl", I was told.
I quickly leaped into the story, to imagine the park and the child's blond hair came in natural. Natural because, in fact, I had never pictured that particular scene, but it was definitely part of my movie.
Is it really me directing my own movies?

traços V



Mantém-se o espírito inicial de homenagear o que é esteticamente apreciável.

Acrescento a esse espírito o publicitar da actividade agora comercial de quem é dona das mãos que são capazes de produzir tais obras.
Eu vou ser cliente!