29 junho 2007

o último a sair fecha a porta






Ferramenta para os próximos 30 dias:

o meu reino por um cavalo

Cinco minutos de atenção merecem viagem de avião.



Inspirado pela primeira leitura do dia



e agora?


see you again






O tempo não conta.
Wherever I am!


A dois amigos recentes.

28 junho 2007

território árido

- Vou embora. Deixo-te aqui.
- Eu já sabia que ias, percebi há uns dias que tinhas que ir. :-)
- Não te zangas comigo?
- Por que razão haveria eu de me zangar?
- Porque estiveste sempre aqui, ao meu lado, a fazer-me companhia, a guiar-me e agora eu vou embora, deixo-te sozinho…
- Eu vivi sempre sozinho, estou habituado. Sabes, concluo agora que mesmo nos momentos em que não vivi sozinho, fisicamente, estava só, apenas com a ilusão de não o estar. Por isso, vai custar, sim, mas sobrevivo sem problemas, não te preocupes.

- Calaste-te?
- Sim. Fico sem saber o que dizer.
- Também não é preciso que digas alguma coisa.
- Sinto que não é justo, para ti, fazeres este caminho todo comigo, preocupado em ajudar e orientar, e agora…
- Novamente, não te preocupes, não estive aqui para não estar sozinho. Fiz-te companhia por ter percebido que precisavas. Estive aqui de um modo egoísta, até, não tens mesmo com que te preocupar.
- Egoísta? Como assim? Eu nunca te dei nada, limitei-me apenas a deixar que me puxasses, que me empurrasses, conforme a ocasião, deixei que me falasses, que me gritasses, ralhasses, enfim, tu sabes. Foste tu quem fez tudo…
- Sim, tudo isso é verdade, fiz isso tudo, é verdade. Mas repara, tu deixaste que eu fizesse tudo isso e tudo isso dá-me prazer, eu gosto da sensação de poder fazer alguma coisa mudar, fazer acontecer, sabes? Preciso até desta sensação: sentir-me importante, sentir-me válido. Por isso, deixaste-me sentir bem, permitiste-me o prazer de fazer coisas que eu adoro fazer. Sim, foi egoísmo. Fiz-te companhia por eu ter percebido que EU precisava.
- Entendo…
- Ainda bem, fico satisfeito.
- Posso descansar, então?
- Claro que podes! E olha…
- Sim...?
- Estás no caminho certo, eu sei.
...
- Vai… agora sei que podes ir sem mim.

espreitar outra vez

Estados de espírito: gostei de ler este.

27 junho 2007

it still makes me wonder



sempre

Antes morrer de pé que viver de joelhos.





Emiliano Zapata 1877-1919

26 junho 2007

outros frangos

Esta manhã, vinha eu pelo meu trajecto habitual (uma estrada sinuosa e estreita, que, ao contrário do mais famoso e lento IC do país, onde o tempo de viagem pode ir de uns surpreendentes 15 minutos a umas exasperantes duas horas, tem a virtude de permitir rolar sempre à mesma velocidade), quando, numa subida, fiquei refém da baixa velocidade de um furgão de uma lavandaria.
O dito furgão, um FIAT daqueles derivado de turismo e caixa de carga alta, que provavelmente obteve a aprovação na inspecção a expensas de uma amizade conveniente, emanava gases tóxicos em quantidade que não sei se acima do limite legal, mas seguramente para além do limite do respirável - ao ponto de me fazer deixar de ter vontade de acender o meu próximo Gigante pelo menos durante uns 3 minutos.
Ao conseguir, finalmente, ultrapassar tal fonte de indisposição matinal, buzinei brevemente, tentando chamar a atenção do condutor: sem sucesso, no entanto, a única reacção que consegui dele foi ver-lhe o dedo do meio da mão esquerda bem erguido no ar, dedo que lhe tapava parcialmente o largo bigode atrás do qual escondia a cara - à distância que estava, não pude confirmar que a unha de tal dedo ostentava a típica tarja negra correspondente ao bigode de benfiquista devorador de frangos. Tudo isto ainda antes de eu conseguir dizer uma palavra, sequer.

Não me zanguei, a caravana que eu conduzia prosseguiu calmamente, em velocidade moderada (mesmo não sendo dia 22, prefiro não arriscar mais). Fiquei com os meus botões a pensar que é certamente táctica da lavandaria emitir fuligem: talvez julguem que, desta forma, venhamos a necessitar mais dos serviços deles.

for once in my life...

... serei capaz de cantar assim.




25 junho 2007

484

Descobri hoje que o último 22 foi ao quadrado.
Porra!

22 junho 2007

22

Que mais podia esperar?

20 junho 2007

sozinho no carro

Um de outro tipo de filme... um de horror...




19 junho 2007

to be or not to be

Longe de ser um especialista em línguas, julgo saber que apenas em poucos idiomas é feita a distinção verbal que fazemos em português entre o “ser” e o “estar”. De facto, esta característica impede alguma ambiguidade no falar, evitando, por exemplo, que um “je suis malade” possa ser entendido como um “sou doente”, ou “sou louco”, quando queremos dizer “estou doente”, ou simplesmente “estou louco”; ou ainda que um “I am shy” possa ser interpretado como “estou envergonhado”, por contraponto ao “sou envergonhado” que queríamos significar.

Este carácter de rigor que a língua detém não é, contudo, aproveitado ao máximo nem sequer utilizado correctamente, tantas vezes. De facto, usamos um “sou uma besta” para classificar não a atitude de uma vida, mas uma situação que se deseja muito mais transitória, como um erro cometido casualmente. Tal como usamos o mesmo verbo na expressão “sou divorciado”, por exemplo, quando sabemos de antemão que “ser divorciado” não significa mais que “estar divorciado”, pode ser uma situação transitória – só o deixar de ser solteiro é que é, neste enquadramento, efectivamente definitivo.

Por outro lado, damos um uso adequado ao verbo num outro tipo de expressões, como no “estou apaixonado”. E aqui, é pena que o verbo tenha que ser este.




… that is the question;
Whether 'tis nobler in the mind to suffer
The slings and arrows of outrageous fortune,
Or to take arms against a sea of troubles,
And by opposing, end them.

17 junho 2007

hoje:

One year after those ten.

16 junho 2007

Ambrósio

Conheci o João Costa Pereira (Jonas para os mais próximos) tinha eu dez anos. No local onde nos conhecemos, era praticamente obrigatória a existência de uma alcunha, pelo que foi Ambrósio o nome pelo qual passou a responder. Durante os seis anos seguintes convivemos diariamente – nós e mais umas cinco centenas de outros jovens.
A vida adulta separou-nos e, entre outras escolas, empregos e casamentos, passámos uma dúzia de anos sem nos cruzarmos – mas a tal meia dúzia de anos de convívio tinha-nos tornado inseparáveis para a vida.
Descobrimos uma paixão comum pela velocidade, chegou a mostrar-me bandeiras no Autódromo (azuis, seguramente), discutimos várias vezes pontos de travagem, locais de ultrapassagem, pilotos favoritos e máquinas de eleição.
Há uns quatro anos, descobriu uma ruptura muscular, que era, afinal, um tumor maligno. De voz embargada, disse-me o cirurgião (que faz parte dos tais quinhentos) depois da remoção do tumor que “o nosso Ambrósio está lixado, não o vamos ter por mais do que uns seis meses”. Mas o Ambrósio riu-se da doença e dos seis meses que lhe prognosticaram, sobrevivendo a todas os violentos tratamentos a que o sujeitaram, correndo entre Cascais e Pamplona, sem alguma vez desistir de viver, suportando a dor com coragem e demonstrando sempre uma disposição de fazer inveja a qualquer um. “Não tenho medo de morrer", dizia-me sorridente, "mas prefiro que não seja já.”
A vocação dele pelos computadores fez com que o contacto fosse sempre mantido, quase todos os dias havia um e-mail com mais uma anedota, com mais um clip sobre Fórmula 1, com mais uma piada sobre a fraca performance do Barrichelo.

O João morreu ontem. Era meu amigo.

14 junho 2007

a ferros

- Já pensaste nos livros que a Tuxa te pediu para listar?
- Achas que tenho cara de quem lê?
- Não conheço a tua cara... Como é a cara de quem lê?
- Pronto, tenho ar de quem lê?
- Por acaso até tens!
- Devo ter lido milhares de livros na vida - ok, centenas, para não exagerar - mas, estupidamente perdi o hábito na última meia dúzia de anos…
- São apenas 5…
- …devo ler um por ano, actualmente.
- Está mal! Então só tens de recuar 5 anos para completar o exercício.... Já preencheste a quota de 2007?
- Estou a meio. Em 2006 consegui ler 2, vê bem.
- Mas ela só pede 5 livros: à razão de 1 por ano, só tens de recuar 5 anos...
- Valem aqueles que li há 20 anos?
- E porque não? A resposta é tua...
- Com justificação? Para cada um?
- Há quem justifique, há quem não.
- Aldous Huxley, Brave New World: conheces? Saramago, Ensaio Sobre a Cegueira; Eça, Os Maias;
- 1, 2, 3: check!
- JRR Tolkien, The Lord of the Rings, em estrangeiro e tudo.
- Muito bom
- Demorei um verão inteiro…
- Acredito, em Inglês e tudo! E só te falta 1!
- Nunca estás contente...
- Daqui a 1 estou contente.
- Tenho que ir aos meus arquivos mais antigos, os mais recentes foram uma treta, os que li... A Casa dos Espíritos, muito bom.
- Vês? Não custou nada: agora só tens de transformar isso num post.



E não passo a ninguém: quero preservar os meus amigos.

12 junho 2007

quase

Umas dezenas de posts atrás pedia uma definição desta palavra - sim, em estrangeiro, mas desta mesma palavra. A definição não surgiu.
Tivesse aparecido, duvido que a definição fosse correcta. Porque a noção esbate-se com facilidade quando olhamos para as obras que fazemos em casa, que julgamos num estado de prontidão avançado - ou até muito avançado, para, afinal, percebermos que o tempo que dista para a efectiva conclusão é imenso. No caso, uma previsão inicial de Janeiro passou rapidamente para Março, facto justificado pelas condições atmosféricas, que não permitiam a realização de um conjunto de trabalhos; novo prazo para Junho, com a justificação de algumas dificuldades técnicas.
Mas sim, agora está mesmo. Quase.
Seja lá isso o que for...

tempo

A vida toda menos três meses.

08 junho 2007

definições

Não me recordo a que propósito, mas sei que por razões profissionais, tive necessidade de distinguir os conceitos “urgente” e “importante”, conceitos geralmente confundidos como sinónimos.
O urgente.
Há situações que carecem de resolução imediata, que se não resolvidas, resultam num problema qualquer, eventualmente maior que aquele com que nos deparamos no momento. Segundo o dicionário, é um adjectivo de origem latina e significa que urge, que não admite delongas, que é necessário fazer-se rapidamente, inadiável.
Mas será mesmo?
O importante.
Enquanto adjectivo, tem origem na mesma língua morta e aparece definido como aquilo que merece consideração, útil, necessário, essencial. Não têm necessariamente um problema na origem, não significam a existência de uma dificuldade ou de uma situação que careça de resolução.
Muito bem, de acordo, são conceitos semelhantes, de facto, admite-se a confusão entre o “é urgente tratar disto” e um “é importante tomar uma decisão”. Mas diferentes, ainda assim, definem realidades distintas.
Por isso, não, não é urgente: é importante. Porque no momento em que tudo o que for importante ficar decidido e resolvido, as coisas urgentes deixam de o ser.
É bem melhor assim.

fim de semana




07 junho 2007

matter of fact

...




06 junho 2007

stop makin' sense

Porque me parecer que algumas das coisas que escrevo, com mais ou menos sentido, continuam a suscitar dúvidas, remeto-vos para este texto informativo.
Mantém-se actual.

is this a bloody waste or what?

The buzzer on the mobile rings at seven sharp, a blind hand swiftly turns that annoying sound right off, the Sun shines back at a lazy and eager to slip back into bed yawn (no particular reason to feel this tired – no reason other than old age, that is), a comprehensive shave, step into the shower basin, all done and ready in fifteen minutes - oh, yes, the tie… bloody nuisance… no point on rushing through traffic, as it only seems to get worse as one grows anxious, at the office, the decade old routine starts over again, greeting all the staff with a handshake, browsing through the mailbox, a quick short answer on the basic issues, a longer and more thoughtful moment to decide upon the harder matters and, by the way, what was yesterday’s turnover?, lunch hour arrives in no-time at all, back at the desk for more of those hard thought decisions that hopefully will allow to earn an extra euro, don’t hurry to commute back home, avoid sitting behind the wheel for too long, get in the kitchen, have a look in the freezer, switch on the telly where there’s nothing on, fall asleep and go back to the top.

05 junho 2007

today, more than in any other day


Life is wasted on the living





Douglas Adams, 1952-2001

03 junho 2007

ainda a verdade:


Como será ela? Será que existe mesmo?

... mas sei que estes merecem!

Disse que iria fazer algo sobre isto, a tal coisa que tinha começado ali. Para conseguir aqui chegar, tive que inquirir sobre o funcionamento de tal award, que desconhecia por completo.
Aparentemente, existe um conjunto de regras que devo cumprir: parte delas está cumprida com as indicações já dadas; quanto às outras, julgo não vir a cumprir do modo mais adequado, visto eu ser leitor (e por vezes comentador) regular de um conjunto reduzido de publicações alheias - falta de tempo e preguiça na base desta fraca cultura em ambiente web.
Pelo explicado, as minhas escolhas vão deixar de fora um conjunto grande de blogs merecedores de melhor e mais atenta leitura, que poderiam merecer lugar de destaque nesta lista. No entanto, tenho a certeza que todos os nomeados são efectivamente merecedores do destaque que lhes dou. A ordem com que os nomeio é uma ordem cronológica, de antiguidade de leitura (minha, claro).

1. susbtrato, publicado pelo Mostrengo Adamastor
Este foi o primeiro blog que li com interesse. Limitei-me a comentar (sob o insuspeito heterónimo de Insondável) até que, a certo momento, recebi do Mostrengo a motivação que está na origem deste espaço. Nas palavras dele, Bem Hajas! pela inspiração.

2. a crónica das horas perdidas, publicado pela Luna, que não tem nada melhor que fazer
Prendeu-me (e continua a prender) durante largos minutos, diariamente. Fez-me pensar, fez-me inclusivamente zangar com ela, ralhar com ela. Tem manifestamente mau feitio, tem claramente um jeito especial para colocar em palavras muito do que está à vista de todos e ninguém sabe ver. Em bom português.
Um dia, hei-de mandar-lhe flores.

3. o blog que era para não ter nome mas teve que ter, publicado compulsivamente pela Thunderlady
Escrita disléxica, intensa e intensiva, publica numa semana tanto quanto eu num ano inteiro, tornando tarefa impossível o encontrar um post que eu consiga destacar. Do cão do vizinho à corda da roupa, sem passar pela casa de partida, mania da música e de cabeça perdida na busca incessante do porquê. De ideias fixas, mas a aprender a ser tolerante. Um cérebro em mutação.
Uma boa amiga no bom caminho.

4. história interminável, publicado pela Tuxa
Escrita adulta, oriunda de desterro voluntário, um punho firme que é fruto da ponderação e do tempo de introspecção. Pensamento de elevada estatura, pragmática na resolução dos problemas. Uma pessoa... normal.

5. sem nexo nem sexo, publicado pela sem nexo nem sexo
Ideias soltas e fixas, escritas sem acentuação mas com acentos tónicos nos temas que escolhe. Senhora do seu nariz, evidencia uma grande paixão ao negar a mesma. O centro do mundo de um mundo que lhe causa revolta por não ser conforme se sonha. Sem papas nos dedos.
Tratem-na por Você... eu avisei!

São estes os meus nomeados. Continuem a fazer-me pensar, por favor.
E a sentir, também.

01 junho 2007

não sei se mereço...

... mas sei que vou ter que fazer algo sobre isto, que começou ali.
Mais sobre o assunto quando eu entender o mecanismo.
Obrigado.

lugar do morto

quando andamos ao lado de quem guia assim...




...with the brakes on...