12 dezembro 2011

the immortals

No man can be too careful in the choice of his enemies.



Oscar Wilde

23 novembro 2011

28 outubro 2011

Não sem ajuda, mas tamed: merci glupi.

25 outubro 2011

the monster within

Não, não é esse que é conhecido: é outro, que está bem lá dentro.
Pensei que o conhecia, mas enganei-me. É muito maior e bem mais influente que alguma vez pude pensar.
Não sei quando nasceu mas tem muitos anos e existia muito antes de eu ter dele consciência – ou talvez nessa altura o confundisse com outra coisa qualquer, sem nome nem definição, apenas sensação. Com o tempo, passei a conseguir identificá-lo e, nem sempre sem ajuda, a controlá-lo, deixando-o mais ou menos silencioso, mais ou menos ausente, por vezes com tanta eficácia que quase esqueço que existe. Não sei como se alimenta, como cresce, e embora já tivesse anteriormente suspeitado, estou agora seguro que também as distâncias o alentam e avivam, tornando-o ininterrupto, presente numa continuidade desconcertante. E agora, depois das distâncias e mesmo quando elas se encurtam, praticamente sem ajuda que muitas das ajudas desajudam, tenho que o carregar sabendo que de vez em quando tenho que descarregar por causa dele, levando à frente tudo o que está à frente – e, geralmente, tudo o que está nessa frente é tudo o que está mais perto; e, geralmente, tudo o que está mais perto está mais perto pelas melhores razões, o que faz com que, pelas piores razões leve à frente tudo o que está mais perto.
Pensei que o conhecia, mas enganei-me. E, no processo, talvez ande a enganar os que vão à frente por estarem mais perto. Que eu não quero que vão.
E, aqui junto ao Índico verde, chega de água com sal a sair do azul do Negro.

11 outubro 2011

nem eu

Não sei se é sonho, se realidade,
Se uma mistura de sonho e vida,
Aquela terra de suavidade
Que na ilha extrema do sul se olvida.
É a que ansiamos. Ali, ali
A vida é jovem e o amor sorri

Talvez palmares inexistentes,
Áleas longínquas sem poder ser,
Sombra ou sossego dêem aos crentes
De que essa terra se pode ter
Felizes, nós? Ali, talvez, talvez,
Naquela terra, daquela vez,

Mas já sonhada se desvirtua,
Só de pensá-la cansou pensar;
Sob os palmares, à luz da lua,
Sente-se o frio de haver luar
Ah, nesta terra também, também
O mal não cessa, não dura o bem.

Não é com ilhas do fim do mundo,
Nem com palmares de sonho ou não,
Que cura a alma seu mal profundo,
Que o bem nos entra no coração.
É em nós que é tudo. É ali, ali,
Que a vida é jovem e o amor sorri.



Fernando Pessoa

06 outubro 2011

caleidoscópio

Mais uma vez, rumei ao Negro, para tentar dar brilho a um Azul que o tinha perdido, que eu temia estar a perder.
Mais uma vez, o Negro ficou por ver, perdido no verde das montanhas que ficam a caminho dele, demasiado distante para uma viagem tão curta
Com a ajuda de um céu azul, o Azul foi-se abrilhantando, apesar da minha desajeitada desajuda desajudada pelos meus desajeitados temores habituais.
O brilho regressou, senti-o quase sem o poder ver, instantes antes de ter que voar em direcção ao verde quente que ainda me espera deste lado, que deixei de saber se ainda me espera por muito tempo, que mudam as mãos que coordenam os tons que determinam as minhas paragens e as minhas viagens. Que seja pelo menos até que o calor deste verde esmoreça e até que o verde natal volte a ser verde e a aquecer, que vai haver muito Azul até lá.

22 setembro 2011

até ao ouro


Pela lua crescente que sobressai no vermelho, o que me permite ficar com o ouro, vou mais uma vez rumo ao Negro que ainda não consegui ver, para reencontrar o azul. Que talvez me leve ao Negro.
Vou porque quero manter o azul que me faz falta e porque quero que mantenha azul o azul, não quero que se torne negro, que tem dias em que imagino que ande muito mais negro que aquilo que lhe desejo.
Mais que aquilo que me desejo.

13 setembro 2011

26 agosto 2011

Eu não existo. Não passo de uma figura virtual, que aparece e que desaparece, que não tem dia certo nem tem forma certa; não existo, para além disto que aqui me vêem nem para além daquilo que aqui sou; não imaginem mais que isto que aqui me vêem, que não sou mais que isto.
Olhem para mim enquanto aquilo que eu não sou. Por favor.

27 julho 2011

heart of stone



... and the rain disappears

26 julho 2011

...being stupid together.
Or is it silly, silly?

18 julho 2011

blank

06 junho 2011

I guess that's all for now.

24 maio 2011

hoje...

22 maio 2011

sozinho em casa

Primal Fear

16 maio 2011

coisas bonitas

И край!

sunshine

Agora o Sol esconde-se mais cedo no horizonte e o dia faz-se noite mais depressa mesmo quando já é noite. Muito mais depressa. Infelizmente, os dias não passam a esse mesmo ritmo e as horas do dia e as horas depois dele acabar demoram mais tempo a preencher e a passar. Por causa ausência de luz e por falta dela, naturalmente.
Por isso há que fazer planos e malas e tratar de rumar até onde o Sol brilha até mais tarde e estar mais perto da luz, onde os dias são mais longos e mais cheios. E porque for once, unafraid, I can go where life leads me.
E, perto da luz, com o Sol a esconder-se mais tarde no horizonte, vou ver finalmente o Negro, que imagino seja mesmo azul. That's why I'll always stay around.

14 maio 2011

i like


the way you moon me

13 abril 2011

10, 6, 27, 31, 1, 5
E há mais.

31 março 2011

"Next of kin, strangers in blood;
They will sin and surface the mud"

28 março 2011

das malas...

… das que partem e das que chegam. E das que ficam.
Hoje acordei e olhei para a minhas prateleiras vazias e vi que não estão vazias. E sorri, num sorriso muito maior que os sapatos que lá vi, ao lembrar-me que desejei que não estivessem vazias, que acabariam por ser mais minhas não sendo só minhas, sem saber então que para as encher elas haveriam de estar espalhadas por três países em dois continentes.
Ontem foi dia de fazer malas e de as levar, pesadas, escada abaixo, rumo a mais um voo, satisfeito porque sei que ficam as prateleiras, as de cá e as de lá e que as malas vão mas ficam.
E porque no meio de malas e aviões, no meio de países e continentes distantes, entre aeroportos e destinos improváveis, entre despedidas e reencontros, as minhas prateleiras estão muito mais completas que alguma vez estiveram.

19 março 2011

dia do Pai

Não sei se era de oiro, mas seguramente que era bem melhor que a média. Ao que consta (não pela boca dele), por ter sido essa a origem e pelo facto de não ter ninguém com quem compartilhar e concorrer nas preferências, teve o que quis, quando quis.
Não obstante, não foi nada disso que o moldou: muito pelo contrário, tornou-se numa pessoa espartana, pela necessidade de salvaguardar futuro – principalmente o dos outros, comprometendo sempre nesse processo o conforto do presente – principalmente o dele.
Para além disso, tinha uma obsessiva preocupação com o dever: os compromissos tinham que ser cumpridos até ao fim, custasse o que custasse, mesmo aqueles que tivessem origem nos maiores disparates e erros.
Era a natureza dele.

Conheci-lhe um único deslize; mas coerente com o que sempre foi, nem desse erro alguma vez usufruiu, serviu apenas para os outros, mais para uns que para outros, é verdade, mas nunca para ele. E acabou por pagar caro esse erro, pois era frequentemente usado contra ele, com a chantagem que lhe era movida de perto, através da ameaça da denúncia que lhe iria manchar uma reputação de outro modo imaculada.
Por isso e com o passar dos anos, foi suavizando o discurso, foi amolecendo na acção e na exigência – para com os outros, manteve sempre a mesma exigência para com ele mesmo. Mesmo deixando de exteriorizar, nunca deixou de sentir essa preocupação, nunca deixou, lá dentro, de ser quem era.
Na minha ideia, o facto de interiorizar demasiado o que sentia, o ser obrigado pela chantagem a viver contra alguns dos seus princípios acabou por o corroer e descaracterizar, devagar mas definitivamente, e ter-lhe-á em última análise determinado o destino.

A custo, nalguns momentos a muito custo, aprendi com aquele carácter, fez-me parte do que sou, igual, nalgumas coisas, totalmente diverso, em muitas outras. Mas por causa dele sou.

Ficou a escassos 5 dias de completar mais um aniversário, que era hoje.
Fazia anos no dia do Pai. E era meu Pai.



23 fevereiro 2011

hurry back

Devia depender só de mim.
Mas não, vêm sempre de fora os estímulos que melhor fazem funcionar o que está cá dentro, sempre externos os motivos para a alegria interior. Incompetente...
Muito trabalho por fazer, muito caminho para andar. E, por enquanto, melhor acompanhado que só.

bring it back

18 fevereiro 2011

exagero...

Where there is no exaggeration there is no love

and where there is no love there is no understanding.




Oscar Wilde

29 janeiro 2011

...

É mais difícil do que possa parecer, mas muito mais fácil que aquilo que eu o faço.
Live and learn.

13 janeiro 2011

Que sabem, para te poderem falar de mim?
Que sabem de mim, por mais que saibam de ti?

Sim, sei, entendo,
quase que chego a compreender,
é gratuito e é por bem,
mas sabemos que o Inferno está cheio;
e, por esse meio e nesse meio,
perdemos espaço, perdemos tempo.
Ganhamos distância.

Mais distância.

Não nos basta esta? Não nos custa tanta?
Não mata a esperança, não quebra a essência,
mas escusada tal prudência quando,
entretanto,
sou eu, és tu,
é para ti, é para mim...

Que sabem, mais que tu, para te poderem dizer de mim?
Que sabem, para te dizerem mais que eu?
Somos nós.


Estou aqui.

nobre cansaço

Encara-te a frio, e encara a frio o que somos...
És importante para ti, porque é a ti que te sentes. És tudo para ti, porque para ti és o universo e o próprio universo e os outros satélites da tua subjectividade objectiva. És importante para ti porque só tu és importante para ti.
Que ninguém faz falta a ninguém: tu não fazes falta a ninguém.
Sem ti correrá tudo… sem ti. Só és lembrado em duas datas, anualmente: quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste. Nada mais, mais nada, absolutamente mais nada, duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram e uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.

Talvez seja pior para outros existires, talvez peses mais durando, que deixando de durar...




Descaradamente roubado a Fernando Pessoa, acho que na pessoa de Álvaro de Campos, com demasiados italics para os poder assinalar e dizer que são meus...

the last

Is surely not the least.

11 janeiro 2011

sozinho em casa

Casa... não é bem casa, pelo menos ainda não, já que nem nisso acerto - parece que a culpa é minha, das minhas escolhas.
Está demasiada humidade para sair, está demasiado calor para trabalhar, do outro lado estão demasiado ocupados para conversar. As notícias não são novas, os filmes repetem-se, a campanha é a mesma de há 5 anos, não me serve para fazer qualquer escolha; mas acaba por ser a escolha que faço, que o que preciso mesmo é de desligar o cérebro, demasiado cansado para pensar.
Estou demasiado longe para poder ir e vir, matar as saudades que crescem com o passar das horas; estou demasiado preso para me poder fugir, para poder esquecer e começar onde mais quero - seria a minha escolha. Estou demasiado sozinho para poder sorrir.

07 janeiro 2011

BJS

Sentimo-nos quase em casa quando percebemos que a abreviatura que usamos para enviar beijos em sms, emails e afins é, num outro lugar, o nome de um bar onde as moças se despem com um sorriso nos lábios, apesar da neve e do gelo que reinam lá fora. E, quem entra, sentir-se-á seguramente ainda mais em casa, reconfortado ao saber que o nome do bar, afinal, não é senão BlowJobS...
Não que eu tenha entrado: sim, que eu não sou gajo dessas vidas.

05 janeiro 2011

luz

Ali, para os lados do Negro, à procura de paz e alegria no meio de todo aquele branco, toda aquela alvura acabou por ser demasiada e por me cegar; para os lados do Negro, no meio daquele branco todo, acabei por me perder e deixar que as emoções mais negras se sobrepusessem no meio de toda aquela claridade.
Ali, perto do Negro que ainda não vi, acabou por ser o azul profundo que me fez ver o branco da paz e me fez voltar a ela, de que preciso e que teimo em não ver, nem mesmo quando ela está escrita, preto no branco.

iou

For the hundreds of smiles I took from your face.

02 janeiro 2011

One should always be in love. That is the reason one should never marry.


Oscar Wilde