the monster within
Não, não é esse que é conhecido: é outro, que está bem lá dentro.
Pensei que o conhecia, mas enganei-me. É muito maior e bem mais influente que alguma vez pude pensar.
Não sei quando nasceu mas tem muitos anos e existia muito antes de eu ter dele consciência – ou talvez nessa altura o confundisse com outra coisa qualquer, sem nome nem definição, apenas sensação. Com o tempo, passei a conseguir identificá-lo e, nem sempre sem ajuda, a controlá-lo, deixando-o mais ou menos silencioso, mais ou menos ausente, por vezes com tanta eficácia que quase esqueço que existe. Não sei como se alimenta, como cresce, e embora já tivesse anteriormente suspeitado, estou agora seguro que também as distâncias o alentam e avivam, tornando-o ininterrupto, presente numa continuidade desconcertante. E agora, depois das distâncias e mesmo quando elas se encurtam, praticamente sem ajuda que muitas das ajudas desajudam, tenho que o carregar sabendo que de vez em quando tenho que descarregar por causa dele, levando à frente tudo o que está à frente – e, geralmente, tudo o que está nessa frente é tudo o que está mais perto; e, geralmente, tudo o que está mais perto está mais perto pelas melhores razões, o que faz com que, pelas piores razões leve à frente tudo o que está mais perto.
Pensei que o conhecia, mas enganei-me. E, no processo, talvez ande a enganar os que vão à frente por estarem mais perto. Que eu não quero que vão.
E, aqui junto ao Índico verde, chega de água com sal a sair do azul do Negro.
1 comentário:
Ama-te. Perdoa-te. Valoriza-te. O resto virá por si...
Enviar um comentário