06 setembro 2007

virtual

Ontem quis ver-te.

Sabia que não iria ser fácil, raramente consigo ver-te, raramente queres ver-me, "sou assim", dizes tu.
Mas tentei. Passavam poucos minutos das 6, tinhas terminado o trabalho, talvez assim, de surpresa, não conseguisses recusar tomar um refresco comigo no fim de uma tarde particularmente quente. Não atendeste, mas eu não desisti, insisti com um SMS, era urgente ver-te, como percebeste pelo meu AGORA
(as coisas urgentes nunca são importantes, são só isso mesmo, urgentes, tinha que ser naquele momento, mais tarde não seria igual, talvez nem valesse a pena por perder o efeito que eu queria),
mas o sinal de nova mensagem recebida não trazia notícia boa, "agora não dá"...
Sorri, que mais poderia eu fazer, "vemo-nos depois, se não dá é porque não dá", fui para casa sem dar demasiada importância ao "não", porque eu já sei que és "assim", mesmo sem que nunca me tenhas explicado o que é isso de ser "assim".

Deitei-me cedo, ainda não assimilei novamente os horários laborais depois de umas longas férias inesperadas. Não consegui adormecer, imensas coisas na cabeça e a casa, tão bem preparada para o frio invernal, acumulou demasiado calor, nada melhor que um zapping pelos canais para arrefecer as ideias e acalmar a temperatura...
Eras tu: apanhei-te num dos canais, sim, eras tu.
A tua voz, a tua cara em tamanho gigante, bonita como a conheço - não tão bonita como fora do ecran; as tuas mãos, que tocavam no corpo de um homem, o teu sorriso e o teu riso, que eram para ele. Senti ciúme - eu sei, é a tua profissão e ciúme é sentimento estúpido, mas que queres que te diga, foi o que senti...

Ontem vi-te.

2 comentários:

wednesday disse...

Ver e não poder tocar... Desesperante, além do ciúme.

MiSs Detective disse...

QUE LINDO TEXTO! muita verdades por aqui!