01 agosto 2008

the day after

Acordei. Era tarde, devia despachar-me para ir trabalhar e tentar chegar a uma hora decente. Ainda assim, o olfacto fez-me permanecer parado durante mais uns minutos, a recordar os deliciosos momentos da véspera.
Levantei-me lentamente, como faço sempre, para cumprir a rotina da barba e do duche. As paredes tinham um aspecto diferente, aliás, tudo parecia diferente: todo o local tinha sido alterado pela tua presença, a memória dela fazia com que tudo me parecesse novo. Melhor.
Sem pressas, arranjei-me e saí. A manhã estava bonita, soalheira sem demasiado calor, não fazia sentido correr para o trabalho sem primeiro encher os sentidos com o que a manhã oferecia. Demorei-me a tomar um café, comprei biscoitos para trazer para o escritório, quem comigo trabalha tinha que compartilhar o meu estado de espírito – mesmo sem saber a razão.

Todos os dias a vida se torna mais complexa, de cada vez que vivo uma nova experiência aumentam os elementos para decidir sobre a forma ideal, de entre todos aqueles constantes da demasiado extensa base de dados. Alguns dos dados recolhidos facilitam francamente a vida, constituindo experiências negativas, a não repetir, servem-me para ficar com a certeza do que não quero.
Ontem, serviu para complicar, parecia ser definitivamente o que eu quero; é, definitivamente, o que eu não posso ter. Por agora.

Sem esperança, mas à espera; sem possibilidade de presente, mas com a promessa de futuro. De que forma? Da que conseguir… porque quero. Muito.

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