24 abril 2007

almost paradise

Sempre quis colocar uma placa à porta de casa.
“Vivenda Meireles”, ou “Casal do Amor” não foram propriamente as que vieram à ideia – por não me chamar Meireles e por as achar uma verdadeira piroseira, mas a vontade manteve-se e apenas não concretizei essa intenção por, na única altura em que o pude fazer, não ter havido unanimidade.
Por mais que a vida corra do modo menos esperado, por mais que os planos me saiam sempre furados, acabei por ter uma segunda oportunidade para mandar gravar a tal placa e colocá-la orgulhosamente na porta – preta, a porta – sem que agora tenha necessidade de submeter a intenção a qualquer sufrágio.
Talvez o não ter colocado a placa na porta e o não ter usado o “dizer” tenha sido mais do que uma coincidência, deixando-me agora a liberdade de o utilizar nesta segunda oportunidade sem que o "dizer" esteja gasto, já visto – pelo menos por mim. Talvez agora, que a casa é mesmo e só minha e eu posso pintar paredes de preto e laranja, dormir no sofá, não despejar cinzeiros, deixar o tampo da sanita levantado e fazer como eu muito bem entender, talvez agora a placa possa mesmo ser colocada.

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