31 março 2009

a raposa dentro de nós

Raposa matreira Foi-se pôr-se debaixo D'erguida parreira. Cos olhos num cacho Das uvas mais belas, Contando com elas; Armou-lhes três pulos, Porém autos nulos, Que não lhes chegou: De novo saltou, Mas teve igual sorte; Buscando outro norte, Num ar de desdém, Torcendo o nariz, Com gestos de quem Por más não as quis, Foi pernas metendo Com lépido passo, E disse entendendo, Qu'as outras a ouviam: Estão em agraço, Nem cães as comiam. Há muitos humanos Que seguem tais planos, Por coisas se empenham Que sôfregos querem, E delas desdenham Se não lhas conferem.



Esopo / La Fontaine

(Agradece-se a quem consiga acertar os parágrafos...)

1 comentário:

eu... disse...

"...Apprenez que tout flatteur
Vit aux dépens de celui qui l'écoute..."

Queres tu dizer que tens jeito pra ser raposa?