08 fevereiro 2009

esperança

Ler o meu blog... dor de cabeça...
Talvez a escrita retorcida e complicada seja eu a tentar dizer o que me vai na alma tentando não me expor, talvez seja eu a tentar arrumar o que está cá dentro, desarrumado, uma desarrumação que transborda até aqui e inunda estas linhas. E se torna incompreensível, indecifrável. Talvez seja também por, por vezes, enviar mensagens directas e encriptadas a um só leitor. Sim, confesso, a uma só leitora. Por vezes.
Por isso, desta vez serei literal. Sem nada a esconder, sem rodeios. Como um dia, algures nestas linhas, eu tinha prometido.

Eu sei. Eu sei que tenho tendência para causas perdidas. Sem esperança. E para gostar delas e por as levar às últimas consequências. Sim, eu sei do que falo quando falo delas.
No momento em que tinha encontrado uma imensa tranquilidade, com tudo o que parecia estar e ser certo, eu tenha querido acreditar que ainda não estava no fim e que tinha que haver um princípio mais forte - porque, se não há dúvida que o fim tem que ser aquele e que qualquer relação deve caminhar para lá, tem que haver mais pelo caminho: muito mais.
E, talvez por acaso, talvez não, esse muito mais foi-me colocado no caminho. Esse tudo, essa causa perdida. Sem esperança.

Não sei qual é o caminho. Hoje, que conheci o princípio, sei como gostaria que começasse; hoje, sei onde gostaria que fosse dar; hoje, normal soa-me bem. Soa-me particularmente bem, particularmente num momento em que me sinto um verdadeiro anormal, um eremita que viveu de migalhas de afecto que vieram de um só lado. Bem... veio de mais do que de um lado, devo confessar, que a cegueira (a minha) não foi assim tanta e há que dar crédito a quem o merece - e a quem, depois de tanto dar, ainda agradece o pouco que recebe.

E se sobrevivi a tudo aquilo a que já sobrevivi, esta é fácil. Mesmo.
Mais que muitos que o afirmam, eu sou um gajo flexível, recupero bem, mais ou menos amolgadela, lá estou a levantar-me depois de cair - e nem sei se cheguei a cair. Porque se há uma conclusão tirar de cada queda (ou de cada quase queda) é que facilmente está lá alguém antes do tropeção, de mão dada, que talvez até nos empurra até ao cambaleio: mas no momento de recuperar, de continuar, estamos quase sempre sós e é connosco que temos que contar. Só.

E não, não é o fim, nem sequer o princípio do fim; mas é certamente o fim do princípio.
Com esperança.


2 comentários:

V. disse...

Não chegarei ao ponto da dor de cabeça, mas juntar todas as peçads do teu puzzle dá mesmo que fazer
:)
Mas se é assim que me mantenho a par do que se pasa, dos teus tropeções, das tuas causas, das tuas recuperações, então vale a pena todo o esforço de desencriptar.

Lembras-te da lei dos desequilíbrios?

**

Stiletto disse...

Lá estás tu outra vez...
Raios partam o gaijo! ;-P