24 março 2010

twice shy

Não julgo. Longe de ser insensível ou indiferente ao que se passa à minha volta, mais ou menos perto de mim, analiso inevitavelmente tais acontecimentos; e sobre esses não me compete exercer a censura, pelo que reservo geralmente para mim quaisquer conclusões que deles retire. E essas quaisquer conclusões estão longe de ser um veredicto "bom", ou "mau", pois prefiro designar apenas por características aquilo que é vulgarmente classificado como defeito ou virtude. Até porque, amiúde, esses veredictos são sobre nós mesmos, já que fomos tantas vezes cúmplices desses acontecimentos, seja por participação, por conivência, ou condescendência.

Habituado a que se confunda permissividade com indiferença, tolerância com submissão, respeito com deferência, memória com saudade e até indulgência com neglicência, todos eles quase sinónimos com suaves mas importantes nuances entre si, não me espantaria que, desta vez e uma vez mais, tais conceitos fossem misturados.

E não, nem assim ficaria perto de me zangar com quem faz tais confusões. Preferiria apenas que fosse de outro modo: tudo seria mais simples.

2 comentários:

Boneca de trapos disse...

Como gostaria de todos fossemos assim... imutáveis ao que nos rodeia... é pena que "o que nos rodeia" seja aquilo que contribui para aquilo que somos ... senão seriamos vazios de gostos ou de preferências..

aqui escolho dizer sim que GOSTO do seu blog! continue assim =)

cumprimentos

Anónimo disse...

"Esperança é a paciência com a luz acesa" (Tertuliano)
lagarto
bjs