domingo
O Sol impulsionou-me até uma praia na região oeste para um almoço na esplanada.
Mais habituado à utilização de auto-estradas e vias rápidas, para além das agora não tão longas filas suburbanas, impacientei-me com aquele Opel Astra de 2001, irrepreensivelmente limpo e com 17 mil quilómetros reais desde que comprado novo – e a pronto pagamento. Pilotado pelo Sr. Antunes, que se fazia acompanhar pela esposa, a D. Odete, ele de fato e gravata e ela exibindo um impressionante arsenal de jóias, que ainda que de questionável gosto, de indubitável autenticidade, mantinha uma estonteante velocidade de 72 km/h, prudentemente reduzida aos 54 km/h sempre que a menos de seiscentos metros de uma daquelas apertadíssimas curvas – acredito agora naquelas conversas que oiço a espaços em que “o meu Astra faz menos de 6 litros aos 100” e em que “faço todas as revisões na marca” – claro, as duas até agora necessárias.
Sem que tenham sido assim tantos os quilómetros percorridos nestas condições, a verdade é que ultrapassei esta mesma viatura um sem número de vezes, sendo que era umas vezes ocupada pelo Sr. Fernandes e pela D. Graciete, outras pelo Sr. Sequeira e pela D. Arlete – sim, devo ter algum fetiche com todos os nomes acabados em “…ete”, possivelmente uma mulher com esse nome ter-me-á traumatizado algures na minha longínqua infância.
Na realidade, a existência de qualquer um destes condutores não constitui qualquer novidade para mim, seguramente que já me cruzei no passado com eles nalguma estrada deste país. No entanto, falhei em constatar que estes Srs. estão a envelhecer e que os filhos deles cresceram: estão a chegar perto dos 30 e já se casaram. E eu encontrei-os: passeavam no paredão abaixo da esplanada onde almocei, felizes com o novo pincher, mais pequeno que o enrolador da trela. A Tânia, que não cabia em si de contente (nem nas calças de fato de treino, para ser honesto), o Telmo, que mesmo tendo uma pochete preferia segurar o i-phone na mão, juntamente com a chave do carro (não, não vi a marca do carro, mas adivinho um Ibiza).
De regresso a casa e mais uma dúzia de ultrapassagens a outros tantos Srs. Antunes, valeu o almoço, a companhia e um Sporting renascido, qual fénix tardia e inútil.
E eu queixo-me? Devia estar era calado. Get a life!
Mais habituado à utilização de auto-estradas e vias rápidas, para além das agora não tão longas filas suburbanas, impacientei-me com aquele Opel Astra de 2001, irrepreensivelmente limpo e com 17 mil quilómetros reais desde que comprado novo – e a pronto pagamento. Pilotado pelo Sr. Antunes, que se fazia acompanhar pela esposa, a D. Odete, ele de fato e gravata e ela exibindo um impressionante arsenal de jóias, que ainda que de questionável gosto, de indubitável autenticidade, mantinha uma estonteante velocidade de 72 km/h, prudentemente reduzida aos 54 km/h sempre que a menos de seiscentos metros de uma daquelas apertadíssimas curvas – acredito agora naquelas conversas que oiço a espaços em que “o meu Astra faz menos de 6 litros aos 100” e em que “faço todas as revisões na marca” – claro, as duas até agora necessárias.
Sem que tenham sido assim tantos os quilómetros percorridos nestas condições, a verdade é que ultrapassei esta mesma viatura um sem número de vezes, sendo que era umas vezes ocupada pelo Sr. Fernandes e pela D. Graciete, outras pelo Sr. Sequeira e pela D. Arlete – sim, devo ter algum fetiche com todos os nomes acabados em “…ete”, possivelmente uma mulher com esse nome ter-me-á traumatizado algures na minha longínqua infância.
Na realidade, a existência de qualquer um destes condutores não constitui qualquer novidade para mim, seguramente que já me cruzei no passado com eles nalguma estrada deste país. No entanto, falhei em constatar que estes Srs. estão a envelhecer e que os filhos deles cresceram: estão a chegar perto dos 30 e já se casaram. E eu encontrei-os: passeavam no paredão abaixo da esplanada onde almocei, felizes com o novo pincher, mais pequeno que o enrolador da trela. A Tânia, que não cabia em si de contente (nem nas calças de fato de treino, para ser honesto), o Telmo, que mesmo tendo uma pochete preferia segurar o i-phone na mão, juntamente com a chave do carro (não, não vi a marca do carro, mas adivinho um Ibiza).
De regresso a casa e mais uma dúzia de ultrapassagens a outros tantos Srs. Antunes, valeu o almoço, a companhia e um Sporting renascido, qual fénix tardia e inútil.
E eu queixo-me? Devia estar era calado. Get a life!
(as marcas dos carros e os restantes proprietários que me perdoem, quer a publicidade, quer as associações)
2 comentários:
Praia, almoço numa esplanada, Solinho a animar... terei de concordar que não são grandes razões para queixumes (sobretudo atendendo a que tenho o mar longe o suficiente para só o poder visitar quando o rei faz anos), mas há dias e dias. E em alguns deles, mesmo com a refeição completa... apetece-nos queixar!
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