28 janeiro 2009

Nem sempre um pássaro na mão.

27 janeiro 2009

querido diário

Faz tempo que não deposito nenhum dos meus segredos aqui nestas tuas páginas.
Faz ainda mais tempo que não tenho segredos decentes para aqui depositar, daqueles que alguém goste de ler. Ou antes... até tenho, mas olha, são mesmo segredos, daqueles mesmo secretos, e escolho não os compartilhar - contigo, claro, que eu não sou do género de guardar segredos, há sempre quem os oiça ou leia.
Mas espero que um dia, que eu prefiro surja em breve, eu tenha segredos para contar, daqueles segredos que podem mesmo ser contados e que eu gosto mesmo de contar. Que eu prefiro seja um daqueles segredos que te faça saber que me aconteceu - ou que me foi possível acontecer - aquilo que eu tanto espero.
É verdade que quem espera, desespera; mas é também verdade que quem espera sempre alcança, e dos dois ditados eu escolho o segundo. Porque eu sei que mereço.


Até breve.




Este post ficou um bocado para o gay... fez-me pensar que o título até poderia ser "se eu fosse gaja até que escrevia uns posts engraçados"

20 janeiro 2009

the pros(?) and cons of hitchhiking


why don't you give it a try?

bacon & eggs

Apesar de demasiadamente rica em proteínas e lípidos, constitui ainda a base de muito pequeno almoço lá do outro lado do canal.
Na verdade, se apenas com ovos se pode fazer uma refeição, já o bacon isoladamente de pouco ou nada serve. Por outro lado, se a energia fornecida pelo ovo pode ser incluída no leque das renováveis, sendo gerado de modo repetido pela ave poedeira, a proporcionada pelo bacon provoca um muito maior desgaste no suíno que o fornece.
Para evitar tais desgastes, tantas vezes ingratos e fúteis, mais vale que nos armemos em parcos que em porcos.

15 janeiro 2009


rollercoaster

Mais do que fazer minhas as minhas palavras, farei também minhas as que não o são.

12 janeiro 2009

status quo

Mudam-se os tempos...

Há um qualquer alergia à mudança, própria do ser humano, que nos impede de tentar diferente, de procurar mais, melhor. Mesmo quando uma grande probabilidade de melhor, nem que seja de um tranquilamente melhor, nos entra pela porta.
Não procuramos um novo emprego, ao menos neste sei com o que conto e até recebo o salário no final do mês, ou se procuramos é sempre com alguma timidez, sem uma verdadeira convicção, vamos sistematicamente àquele restaurante, conheço bem o bife e o molho, por que hei-de ir àquele outro, nem nunca lá entrei, usamos aquela marca de detergente para a roupa... ou aquela roupa...
Confesso fazer parte desta maioria de seres pouco corajosos, ou comodistas, que preferem passar ao lado de oportunidades que ter o trabalho e o incómodo de tentar e lutar por algo de melhor, de mais satisfatório, perpetuando a incerteza - ou a certeza do não saber e da insatisfação. Para o bem e para o mal, mas de certeza que felizmente, deixei-me dessas coisas, desses comodismos incómodos, e não vou deixar de querer saber.

Porque devem ser sinais, talvez mesmo sinais do tempo, que mesmo que mudem os tempos algumas vontades nunca mudem.

08 janeiro 2009

Eu tinha razão: não chove nem faz orvalho.

02 janeiro 2009

eulogy?

Tinha uma enorme capacidade de entrega, estava sempre lá quando era necessário, pronto para dar, dizia frequentes vezes ao telefone “Queres que vá ter contigo? Diz-me onde estás…” e bastava uma resposta positiva, estivesse onde estivesse largava tudo (julgo que tudo não é um exagero) e aparecia, talvez até com uma garrafa na mão, ou com um chocolate, qualquer coisa que fizesse despertar um sorriso ou enxugasse uma lágrima do outro lado.
Sei que era meu amigo, que gostava de mim; mas, e digo-o sem qualquer tipo de inveja, sem que me tivesse tratado ostensivamente mal, nunca me tratou do mesmo modo que aos demais, muitas vezes me deixou ficar para um segundo plano. Não me lembro que alguma vez isso me tivesse incomodado, sequer, sempre compreendi as escolhas que fez – afinal, eu precisava menos que os outros, julgo que por ele me considerar mais forte, mais auto-suficiente, e não precisar do tal chocolate nem da tal garrafa.
Nunca entendi o que o motivava, no entanto, nem nunca percebi que procurasse mais que a satisfação de ver enxutas as lágrimas ou de saber que o sorriso tinha sido obra dele; talvez procurasse reconhecimento por tais acções, talvez fosse uma forma de expiar algo do passado dele, que talvez nem ele compreendesse. Ou talvez fosse apenas o modo particular que tinha e o único que encontrava para tentar comprar aquilo que sentia não conseguir ter de modo gratuito – muito embora me queira parecer que jamais o conseguiria, pois preenchia imediatamente tudo o que uma vez foi espaço para conquista.

Já não sei dele há algum tempo, tem andado metido com ele próprio.
Da próxima vez que o vir, espero que esteja mudado. Porque aquele modo de ser não lhe traz qualquer benefício. Nem lhe faz bem algum.