21 março 2013

primitivo

Não sei escolher as mulheres da minha vida.
Deste a primeira.
Deve haver quem consiga analisar o factor que está na génese desta minha deficiente capacidade social, que tem vindo a provocar frustração, dor, lágrimas e outras manifestações que mantenho comigo: até hoje, eu não consegui. E deixou de me caber nos dedos a quantidade de desaires. Exceptuando a que ainda não, todas as escolhas erraram, todas as geografias falharam, todas idades, tezes e tonalidades – mesmo quando as escolhas não o foram.
E nem mesmo a jusante consigo ser ter sucesso na manutenção de uma relação tranquila e estável com quem deveria ser, se nunca simples, pelo menos mais fácil.
Sei que não sei.
Desde a primeira.
Mas não me conformo com esta espécie de sina e continuo a tentar, a querer saber. Para alcançar este saber, terei antes que chegar ao outro, ao saber de onde me vem esta inaptidão que não me permite acertar.
Desde a primeira.
Ou será por causa da primeira?
Mas essa, quem escolheu não fui eu.

4 comentários:

Pen Girl disse...

Já somos dois. Eu escreveria sobre os homens da minha vida. Também não desisti do último. Quando é forte é assim. Pode doer mas aguenta-se. Até deixar de se aguentar.

Anónimo disse...

Diz-se que não há amor como o primeiro. Quem sabe se se referiam àquele que não se escolhe?

S&B

Paulo de Almeida disse...

Ora como eu o entendo... e me identifico nestas linhas de prosa!
Ás vezes chego a pensar que este tipo de inaptidão tem nome: estupidez!
Será que o mal é nosso ou não passaremos de dois incompreendidos?!

Jo disse...

Sou igual, mas com o tempo, idade e experiência tenho vindo a melhorar, tentando escolher com o coração. O coração é calmo e tranquilo, fácil e simples. A cabeça, o ego, é que atrapalha!