10 junho 2010

não faz mal

Não sei que faça, não sei que diga; não sei se devo estar zangado, triste ou irritado. Talvez devesse estar feliz por sentir que posso fazer o que quero e o que me dá na gana, mas a verdade é que não estou.
Agora, que posso e que sei que tudo o que possa fazer é quase inconsequente, dadas as circunstâncias, não o faço. Nem sei porque não, mas na realidade não o faço - mesmo que me apeteça mesmo ir atrás e fazer, com aquele sorriso manhoso na cara, que não me deixa mentir sobre o que sinto ao fazê-lo. Mas não o fiz e continuo sem o fazer.
Não faz mal, não tarda estou a milhas e deixo de sentir culpa, a culpa que me tem acompanhado em todos estes anos, que não sei de onde vem e que não sei para que serve - a não ser mesmo para me fazer sentir culpado. E, a milhas, com a culpa ausente em parte incerta, poderei ser e acontecer sem que tenha que olhar por cima do ombro para verificar se efectivamente eu não estou a perseguir-me e a ajuizar-me; e, a milhas, talvez nem valha a pena olhar por cima do ombro, apenas porque ninguém vai estar lá para me ver e dar juízo.

2 comentários:

Ana disse...

#1 tu não sabes mentir
#2 continuas um gajo complicado
#3 qual é o sentido da vida?

V. disse...

Nem zangado nem riste nem irritado, que isso faz mal ao coração. Feliz? Faz melhor mas se for sincero.