23 junho 2010

memorial

Julgo existirem dois entendimentos possíveis para o "saber escrever" o primeiro para mim mais óbvio é o correcto uso da Língua na sua forma o segundo obriga à capacidade de transpor as ideias sentimentos emoções para o papel modernamente para o plasma dando lhes uma forma perceptível e os sentimentos na categoria das ideias O agora defunto Saramago claramente não cumpria o primeiro Do ponto de vista de defensor da correcção na escrita arriscaria adivinhar um jovem Saramago com sérias dificuldades em angariar uma classificação positiva nos diversos testes efectuados na disciplina de Português chamar se iam pontos escritos à época Mais diria que aquela forma de escrever longe de permitir interpretações mais livres obriga o leitor a um esforço mais aprofundado e a uma muito maior atenção conduzindo amiúde a cefaleias duradouras e esta segunda afirmação entra directamente pelo segundo critério sendo argumento para afirmar que não o cumpre No entanto tendo lido mais do que uma obra dele li sobre o convento quando nele vivi e por isso com interesse redobrado consigo reconhecer lhe uma enorme capacidade imaginativa que lhe permitiram a criação de conteúdos notavelmente cativantes muito para além da forma que critico Talvez a dar me razão nesta crítica dele a única história que em filme vi superar a versão em papel Quem me dera saber não escrever como ele

Julgo existirem dois entendimentos possíveis para o "saber escrever": o primeiro, para mim mais óbvio, é o correcto uso da Língua, na sua forma; o segundo obriga à capacidade de transpor as ideias (sentimentos, emoções) para o papel (modernamente, para o plasma), dando-lhes uma forma perceptível - e os sentimentos na categoria das ideias.
O agora defunto Saramago claramente não cumpria o primeiro. Do ponto de vista de defensor da correcção na escrita, arriscaria adivinhar um jovem Saramago com sérias dificuldades em angariar uma classificação positiva nos diversos testes efectuados na disciplina de Português - chamar-se-iam pontos escritos, à época. Mais, diria que aquela forma de escrever, longe de permitir interpretações mais livres, obriga o leitor a um esforço mais aprofundado e a uma muito maior atenção, conduzindo amiúde a cefaleias duradouras – e esta segunda afirmação entra directamente pelo segundo critério, sendo argumento para afirmar que não o cumpre.
No entanto, tendo lido mais do que uma obra dele (li sobre o convento quando nele vivi e por isso com interesse redobrado), consigo reconhecer-lhe uma enorme capacidade imaginativa que lhe permitiram a criação de conteúdos notavelmente cativantes, muito para além da forma que critico. Talvez a dar-me razão nesta crítica, dele a única história que em filme vi superar a versão em papel.
Quem me dera saber não escrever como ele.