18 outubro 2006

chiu!

Comecei nem sei quando, mas nunca mais parei. Lembro-me de umas aulas de geometria descritiva, distantes no tempo, num já longínquo 12º, em que o professor se limitava a pedir a resolução de problemas e eu, de pé a desenhar, não me calava, nem sei como cheguei ao 19.
Conto anedotas, histórias de todas as índoles, abranjo todos os temas, falo de tudo e de nada, sem parar – à exaustão, dizem alguns, por repetitivo. Senil, talvez.
Mais recentemente, percebi que chego até a falar nas ocasiões mais inusitadas, naquelas em que falar é o que mais ninguém faz.

Falo porque a cabeça não pára, porque tenho que colocar cá para fora o que flúi a velocidade que não controlo. Falo por necessidade, porque é importante para mim ser ouvido, ter atenção. Falo pelo prazer de falar, de compartilhar conhecimento e experiências. Falo pela necessidade de transmitir a quem importa o que estou a sentir em cada instante. Falo, simplesmente. Demasiado.

2 comentários:

Anónimo disse...

Falas para teres a certeza de estares vivo. Falas para saberes que existes. Falas porque, se não falares, morres. Falas para teres a certeza de que te reconhecem, a ti, naquele momento. Para teres a certeza de que não és mais um. Falas, porque és tu.
E sim, é verdade, falas para não estares sozinho.

Anónimo disse...

e vá lá concedo-te eu que sou magnânimo,falas pq até dizes umas merdas de jeito!
abraço com o devido zacatraz!