Seis e meia da manhã.
- Sim?
- Bom dia. Estou a falar com o sr. fulano de tal?
- Sim...
- Fala da esquadra. O sr. é o proprietário da moto com a matrícula 12-34-56?
- Sim...
- Sabia que a moto foi roubada?
- Não...
- Mas foi. Importa-se de vir até aqui apresentar queixa?
...
Seriam três da manhã quando um bando de quatro adolescentes entre os 16 e os 17 anos rondaram a porta da minha casa, conduzido uma carrinha roubada. Não sei se de modo premeditado, se impulso do momento, os quatro pegaram na moto e colocaram-na na traseira da carrinha. Por sorte minha, os polícias do carro patrulha suspeitaram da "cor laranja do objecto de grandes dimensões que estava dentro do carro", - embora na minha perspectiva tenha sido a cor do condutor a despertar a atenção dos agentes da autoridade - tendo perseguido a viatura que apenas conseguiram fazer parar depois de vários disparos.
Feita a queixa, tive que esperar que os CSI locais retirassem todos os elementos para poder levantar uma moto coberta da pó branco, que auxiliou a retirar impressões digitais, danificada pela condução apressada e certamente cega - ao que consta, a carrinha despistou-se ao quarto disparo, com os pneus vazios.
Pela segunda vez no espaço de semanas, depois de terem apreendido um larápio de 15 anos que roubou o telemóvel ao meu filho, as forças policiais revelaram-se eficazes no combate ao crime. Mas mesmo com uma eficácia a 100% (no meu caso), vou reforçar as trancas das minhas portas, que a taxa de criminalidade não irá baixar e a sorte não dura para sempre.