19 fevereiro 2009

memórias

Mais concretamente, memórias de situações embaraçosas.
Foram naturalmente várias as que me aconteceram.

Como uma, numa visita de trabalho a uma cidade da Estremadura, em que, ao ser convidado para almoçar e ao perceber que o almoço seria num restaurante que eu conhecia, lembrei-me de tecer um comentário sem maldade sobre o busto de uma das empregadas, uma Dolly Parton de metro e meio cujo atributo ficava inevitavelmente na memória de qualquer comensal. Claro que me esqueci que este País é uma aldeia e da consequente probabilidade de a resposta do meu anfitrião ser "... é minha prima...".

Uma outra memória, uns anos mais antiga, que remonta aos meus tempos de ensino liceal. Durante uma aula, mencionei de modo menos elegante os progenitores e o uso a dar à zona final do intestino de um alegado colega que, pelas costas, me dava pesado um "caldo" no pescoço... para entender, depois de uns intermináveis segundos de silêncio que a mão que me agredia não era mais do que a do professor.

Outra ainda, esta mais recente, perante uns convidados para jantar, um amigo e a mãe dele, com quem naturalmente não tenho tanta confiança quanto isso. Por alguma razão e ao contrário do habitual, a quantidade de comida confeccionada ficou aquém do suficiente, facto que rapidamente colmatei com um acompanhamento extra, esperando que a falha passasse despercebida. Falhei na introdução de uma medida cautelar... e ouvi o meu filho dizer bem alto "Pai, fizeste pouco, o jantar não vai chegar para todos". Claro que se gerou o desagradável ambiente em que todos, por acaso e em simultâneo, têm pouco apetite. E acabou por sobrar.

Memórias de situações embaraçosas; mais concretamente, de uma em particular e uma particularmente embaraçosa, que não tem assim tanto tempo quanto isso.
Saído de um restaurante, depois de almoçar com uma amiga, ficámos uns minutos no exterior a apreciar o fumo de um cigarro - ok, dois cigarros, um cada um. Estando o tempo frio e chuvoso, sentámo-nos no carro, janelas semi-abertas para arejar, quando ela me diz precisar urgentemente de ir a uma casa de banho. Sugeri naturalmente que regressasse ao restaurante, onde poderia resolver a questão. Ela, teimosa (e acredito que algo ébria), entendeu que não seria o melhor modo de pôr cobro ao problema: saiu do carro e, em pleno parque...

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