28 maio 2009

talk the talk

Tenho um monte de ideias escritas num qualquer caderno mental sem nome, que nunca é guardado em lugar certo por andar constantemente a ser reescrito. A anotações mais recentes têm acontecido com maior frequência que no passado quer pelos resultados do auto-determinado exercício de análise, quer, ou talvez até principalmente, pelos acontecimentos a que ultimamente assisto - e, naturalmente, aqueles a que me permito. Em qualquer dos casos, tal nova escrita, para além de passar preferencialmente a constituir regra, obriga também, no mínimo, a colocar parêntesis à volta de, no máximo, a apagar totalmente outras ideias mais antigas.
Consolidadas as novas palavras, satisfeito com o formato da escrita, torna-se então necessário colocar em prática os princípios enunciados e as regras definidas, criando coerência entre o discurso e o exercício. Esta fase, inesperadamente complicada e difícil, cria momentos de tensão interna, originando novas batalhas e novos momentos verdadeiramente "descartianos", momentos em que vêm à memória imagens do nesnesitelná lehkost bytí, em que era o fraco que deveria saber ser forte e partir, porque o forte é demasiado fraco para poder ofender o fraco.

Walking the walk... and ever rewriting the talk.

26 maio 2009

I hope you have not been leading a double life, pretending to be wicked and being really good all the time: that would be hypocrisy.



Oscar Wilde

23 maio 2009

Não que seja contra a minha religião, mas confesso não ser adepto fervoroso destes desafios em cadeia, alguns deles quase a roçar o teor dos mails em cadeia (é assim que se chamam?), tipo "se não enviares esta mensagem a 17 grávidas no espaço de 2 segundos vais ter um filho igual ao Sócrates": not my piece of cake.
Nem o Sócrates, for that matter.

No entanto, por ter vindo de onde veio (und ich habe noch nichts von Dir gelesen), vou cumprir quase na íntegra as regras do jogo.
  • O dia em que me casei;
  • O dia em que fui pai;
  • O dia em que fui pai;
  • ...
  • O último dia em que me fizeram chorar.

E, fazendo minhas as minhas palavras, que usei na outra única vez em que respondi a uma coisa destas, afirmo não passar o desafio a mais ninguém: quero preservar os meus amigos.

fantasmas

Mesmo depois de ter conseguido esquecer quem deixou de ser, persiste o receio de que ainda seja capaz de exercer um qualquer controlo sobre nós - talvez porque um dia essa capacidade lhe foi conferida. Passam-se meses e anos, e esse medo, para além do razoável, sobrevive, impede de encarar e enfrentar essa realidade, inibindo até o (ainda que desnecessário) contacto.
E é disto que eles se alimentam. Os fantasmas.
Até que um dia, peito cheio, lá se agenda o tal confronto, afinal necessário; e nesse, três horas de conversa distante e de conveniência são suficientes para perceber que ao diabo, ainda que vestido de Prada, ou La Perla, ou lá o raio de marca em que gasta o dinheiro, já se pode dizer olhando olhos nos olhos e com toda a convicção: "Já não consegues fazer-me mal!"

20 maio 2009

amor aos pedaços

Nome de loja que vende doces, coisas que a dieta proíbe.
Agora conheço o conceito.

13 maio 2009

Do not despise the snake for having no horns, for who is to say it will not become a dragon.

11 maio 2009

façam-me um favor:

Nunca apaguem os disparates que me escrevem: são invariavelmente momentos de inigualável sinceridade.

again over capricorn

Prisioneiros algemados, um motorista de boca larga, receita para gato com batatas, receita para um irrecusável cuscus com manteiga, receita para peito de perua que não serviu de consolo - nem ao criador da receita, que não é pessoa de peitos, uma cadeira que fez cair de costas, tinto, cachaça, Sol, um bronze de meter nojo... Ficou por realizar uma visita guiada ao edifício da embaixada e um conjunto de outras actividades menos diplomáticas, para as quais terá que se recorrer ao auxílio de cidadãos de países terceiros: numa próxima ocasião.
O que interessa mesmo é que na memória fica um excelente fim de semana - e o Buda que se dane!